Páginas

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Nomes...

Para os milhares de leitores que desejam ansiosamente
saber quem são os quatro cavaleiros, aí vai:
da esquerda para a direita são eles:
os quatro:
os melhores:
os tetras:
Marcos Fernando Kirst
Uili Bergamin
Tiago Marcon
e
Lúcio Saretta,
que inclusive nos eternizou nesta imagem.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Tetraedro

Os quatro cavaleiros do apocalipse.
As quatro estações do ano.
Os quatro pontos cardeais.
Os três mosqueteiros, que em verdade eram quatro.
Quatro cronistas.
Quatro olhares.
TETRAEDRO.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Leitura

Concuindo a leitura de "A máquina de fazer espanhóis"
de Valter Hugo Mãe.
Uma verdadeira "marretada literária".
Um escritor jovem, mas que, mais do que prometer, já cumpre.
Um livro memorável, dos melhores que li nos últimos tempos.
Guardem esse nome.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Homem Comum

(Philip Roth – Companhia das Letras – 132 páginas)

          Velho candidato ao Prêmio Nobel de Literatura, Philip Roth é talvez o maior escritor norte-americano da atualidade. Autor de obras conhecidíssimas como “Pastoral Americana” e “O Complexo de Portnoy”, recebeu diversas distinções literárias de peso e, ao que tudo indica, será um dos próximos nobelizados.
          Neste seu “Homem Comum”, baseado em uma peça alegórica do século XV, Roth desenvolve uma narrativa íntima sobre perda, arrependimento e estoicismo, numa luta da personagem contra sua própria e inexorável finitude. O destino desse ser, desde a infância até a velhice, é passado em revista pelo autor, acompanhando-o no drama de alguém que se transforma naquilo que não quer ser. O território em que se passa este romance é o corpo humano. Seu tema é a experiência da morte, que a todos apavora.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Fascismo disfarçado

é possível hoje reviver um fascismo perfeito.
quer ver?
basta ser trabalhador assalariado,
ou estar debaixo das garrinhas de alguém na hierarquia
para ter de trabalhar, comer e calar.
às vezes apenas trabalhar e calar.
fascistas disfarçados com sorrisos cheios de dentes nas fotos
 das colunas sociais.
cretinos que nos amordaçam, nós, povinho brasileiro, cidadãos não praticantes,
 que nos calamos tão fácil.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Ainda Dulcinéia...

          Aí está a sequência de minha poesia "Dulcinéia de Fumaça", finalista da "5ª Querência da Poesia Gaúcha" e que acabou dando o 2º lugar ao nosso Amadrinhador, Raul Sartor Filho. Parabéns a todos, o evento foi um grande sucesso. Creio que havia mais de 1000 pessoas nos assistindo.
          A poesia já consta no livro que estava sendo distribuído na noite de sábado, e fará parte do CD e do DVD que ficará pronto em breve.


Senta-se à pedra, ronda lonjuras

como a ver algo que se aproxima

ressurreição de um mito, uma sina

na solidão da campanha

que à fumaça divina se assanha

em silvos de vento no rosto

como se fosse do seu gosto

sorver do cachimbo as agruras.
 


Ouve uma voz e não medra

algo sutil, pedregoso

mas é fumo em estado gasoso

que lhe inspira fiel culto

naquela fumaça vê um vulto

vindo do centro do universo

que vai lhe ditando versos

brotando por entre a pedra.



Nas mãos empunha um caderno

nele se curva, sombrio-alegre

ainda menos sombrio que alegre

e vai rasurando poesia

mas só dura um tempo a alegria

tempo de fumaça e cachimbo

o sorriso cai logo no limbo

onde dorme seu amor eterno.



Naquele Reino de Sacrifício

o velho lambe saudades

tempo ido, outras idades

de gineteadas, caminhos

nem quer enfrentar moinhos

duelos já não quer mais

e tal e coisa e coisas tais

só quer se acabar no vício.



Certo dia, por curiosidade

pedi ao velho, que fumava triste

diz meu pai, que mistério existe

neste cachimbo que vai à boca

qual acalanto, coisa louca

espanta a dor da tua querência

o que vês, ou qual ausência

te inspira versos de saudade.



Foi muito simples o que indaguei

ele tragou, foi respondendo

se tu visses o que estou vendo

fumarias mais do que fumo

o cachimbo mantém meu rumo

pois na fumaça que vai soltando

vejo pouco a pouco se formando

a imagem da china que amei.
 

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Festival

          É sábado, dia 14, às 20h, a final da "5ª Querência da Poesia Gaúcha"", durante o Rodeio Crioulo Nacional de Caxias do Sul, no Parque da Festa da Uva. Os 10 melhores poemas do estado serão apresentados no palco, quando será gravado ao vivo o CD e o DVD do evento.
          Segue um trecho de minha "Dulcinéia de Fumaça", que concorre aos troféus e aos prêmios em dinheiro.
          Vamos torcer por ela:


Dulcinéia de Fumaça
                                                          
Como esfinge a ser decifrada

mais um Quixote entre tantos

vai o velho à pedra de encantos

uma légua ao sul da tapera

no lombo do flete, acelera

esporas no couro do bicho

à procura do sonhoso nicho

onde repousa, silente, a amada.

 

Segue sempre à luz da tardinha

na iminência da noite grande

não ladeio, por mais que eu ande

o Rocinante deste fidalgo

que vai procurar por algo

ao pé da rocha-santuário

cavaleiro andante, solitário

sem vista de Sancho, só minha.

 

Não leva consigo uma lança

nem escudo ou elmo, nem espada

apenas voa na estrada

assoviando com o Minuano

em seu delírio, ano após ano

achando cura pra desgraça

no cachimbo e em sua fumaça

que apenas pra ele dança.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

"Do Útero do Mundo" - 2ª edição

O poeta estava lendo em voz alta uns versos, quando um ladrão invadiu sua casa. Ao ouvir a leitura, supondo que havia entrado no quarto de um louco, o bandido deu meia volta, sem levar nada.

Aí está a prova de que a poesia, além de fazer bem à alma, também colabora para a conservação dos bens materiais.


quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Cartas a um jovem poeta

(Rainer Maria Rilke – várias edições – mais ou menos 80 páginas)

          Nascido em 1875 na cidade de Praga, Rilke conheceu diversas regiões da Europa, da África do Norte e até da Ásia. Trabalhou durante curto período como secretário do escultor Rodin, o que influenciou muito sua vida e obra. Extraordinário autor, publicou, entre outros, “Sonetos a Orfeu” e “Elegias de Duíno”, e trocou correspondência durante cinco anos com o jovem Franz Xaver Kappus, instruindo-o nas sendas do mundo interior de um poeta. Três anos depois da morte do vate, Kappus decidiu publicar as cartas que recebera, para que pudessem ser úteis a outros jovens. As missivas são muito mais do que dicas de como escrever, mas verdadeiras lições de vida.
          Quer pela intensidade da vivência que transmite, quer pela sinceridade com que o mestre se dirige ao discípulo, estas cartas têm seu valor perpetuado entre as grandes obras em língua alemã do século XX.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Do Útero do Mundo

          Ao receber a notícia de que meu livro de poemas está com sua segunda edição praticamente esgotada, corri para relê-lo. Desde que foi publicado em primeira edição, em 2007, quando fui Patrono da Feira do Livro de Cotiporã, eu não havia feito isso. E, sabem, me surpreendi. Ainda gostei muito do que li. Principalmente se tivermos em conta que são meus primeiros escritos, muitos deles ainda adolescentes.
          Ainda bem que nem sempre dou ouvidos ao que os outros dizem, pois muitos me desestimularam a publicá-lo. E estão aí, meus versinhos paridos do útero do mundo, se encaminhando para algo muito, muito raro: uma terceira edição. Não tenho conhecimento de uma obra poética publicada por essas bandas que tenha chegado tão longe. E olha que temos bons poetas por aqui, premiados e tudo.
          Então, pra comemorar, segue a primeira estrofe de "Erro Crasso", uma das minhas primeiras aventuras no mundo das letras, vencedor do concurso Mansueto Bernardi, um dos mais importantes do RS.

erra uma vez, erra duas, erra três
despreparo e ansiedade repelem a compreensão
labirinto sou, perco-me agora de vez
razão da minha miséria ou miséria de minha razão?